O empreendedorismo é a capacidade de identificar oportunidades, solucionar problemas e contribuir positivamente para a sociedade de maneira inovadora, que tem como objetivo criar novas empresas ou produtos que vão gerar mudanças em determinados setores.
Em meio a tantos conceitos de empreendedorismo, surgiu o afroempreendedorismo, que além de carregar essas características citadas acima, também contém uma essência ideológica que tem como proposta um engajamento que alcança o público e reafirma sua raiz. É interessante ressaltar que esse tipo de empreendedorismo é excelente para gerar discussões sobre assuntos relevantes e de extrema importância, como inserção social, racismo e empoderamento.

Essa iniciativa ganha cada vez mais importância no país, visto que promove a divulgação e comercialização de produtos ou serviços que valorizam a cultura negra. Segundo um levantamento de 2015 feito pelo Sebrae, em dez anos, a quantidade de empreendedores negros cresceu 29% no Brasil, e os números tendem a crescer cada vez mais. O estudo ainda indicou que o Comércio e a Agricultura são os setores que mais têm proprietários de empresas que se declaram negros (23%).
O mercado profissional ganha cada vez mais empreendedores negros e muitos deles preferem apostar em um público que já conhecem bem: os afrodescendentes.

Suporte ao afroempreendedor

Em meio ao crescimento de negócios por todo o país, nasceu o Projeto Brasil Afroempreendedor (PBAE), que é uma iniciativa do Sebrae em conjunto com o Instituto Adolpho Bauer (IBA), o Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros de São Paulo (CEABRA/SP) e a Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (ANCEABRA), desenvolvido em nove estados.
Entre 2013 e 2016 contribuiu para o desenvolvimento de mais de 1600 empresas lideradas por negros, assegurando oportunidades para a ascensão social e também o fortalecimento de líderes. Desse projeto, surgiu a organização da Rede Brasil Afroempreendedor (Reafro), que é uma associação sem fins lucrativos responsável por dar suporte a iniciativas semelhantes às do PBAE. A Rede promove encontros, feiras e capacitações para troca de experiências e aprimoramento de práticas de gestão de empresas lideradas por negros.
Podemos constatar que o afroempreendedorismo tem ultrapassado barreiras, principalmente com o grande número de projetos voltados para esse segmento, que têm ajudado o empreendedor a vencer no mercado de trabalho que, infelizmente, ainda tem raízes discriminatórias.

Dificuldades de mercado

De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Brasil possui atualmente 11 milhões de empreendedores afrodescendentes. Um número alto comparado há 10 anos atrás, onde o preconceito reinava.
Ainda há muito a ser feito, porém o afroempreendedorismo tem transformado diversos segmentos e ajudado pessoas a realizarem o sonho no negócio próprio e inserção no mercado de trabalho.  
Mas apesar do crescimento dos negros nos negócios, as dificuldades ainda são grandes. Segundo a Pesquisa Nacional Negro Empreendedor realizada pelo Baobá – Fundo de Igualdade Racial em parceria com o Instituto Feira Preta, em 2015,  “são públicos os fatores que dificultam o crescimento e fortalecimento do empreendedorismo negro, em larga escala, no país e um dos principais entraves se deve ao racismo institucionalizado brasileiro».
Além disso, outras razões podem estar relacionadas às dificuldades vivenciadas pelos negros no momento de empreender, como a falta de planejamento e capacitação administrativa, a informalidade, aposta em negócios de pouco retorno financeiro e outros.
O que falta para termos mais negros empreendendo no Brasil? Conta sua opinião pra gente nos comentários e não se esqueça de compartilhar esse assunto tão importante com os amigos.